domingo, 10 de maio de 2009

SOU MÃE...TIA... AVÓ... BISAVÓ...

Uma mulher chamada Anne foi renovar a sua
carteira de motorista. Pediram-lhe para informar
qual era a sua profissão.
Ela hesitou, sem saber bem como se classificar.

"O que eu pergunto é se tem um trabalho", insistiu
o funcionário."

Claro que tenho um trabalho", exclamou Anne.
"Sou mãe."

"Nós não consideramos 'mãe' um trabalho. 'Dona
de casa' dá para isso", disse o funcionário
friamente.

Não voltei a lembrar-me desta história até o dia
em que me encontrei em situação idêntica. A
pessoa que me atendeu era obviamente uma
funcionária de carreira, segura, eficiente, dona de
um título sonante, do gênero 'oficial inquiridor'.
"Qual é a sua ocupação?" perguntou. Não sei o que
me fez dizer isto; as palavras simplesmente
saltaram-me da boca para fora:

"Sou Pesquisadora Associada no Campo do
Desenvolvimento Infantil e das Relações
Humanas."

A funcionária fez uma pausa, a caneta de tinta
permanente a apontar para o ar, e olhou-me como
quem diz que não ouviu bem. Eu repeti
pausadamente, enfatizando as palavras mais
significativas. Então reparei, maravilhada, como
ela ia escrevendo, com tinta preta, no questionário
oficial.

"Posso perguntar", disse-me ela com novo interesse,
"o que faz exatamente nesse campo?

" Calmamente, sem qualquer traço de agitação na
voz, ouvi-me a responder:

"Tenho um programa permanente de pesquisa
(qualquer mãe o tem), em laboratório e no terreno
(normalmente eu teria dito dentro e fora de casa).
Trabalho para os meus Mestres (toda a família), e
já passei quatro provas (todas meninas). Claro que
o trabalho é um dos mais exigentes da área das
humanidades (alguma mulher discorda?) e
freqüentemente trabalho 14 horas por dia (para
não dizer 24...).

" Houve um crescente tom de respeito na voz da
funcionária que acabou de preencher o formulário,
se levantou, e pessoalmente me abriu a porta.
Quando cheguei a casa, com o troféu da minha
nova carreira erguido, fui cumprimentada pelas
minhas assistentes de laboratório - de 13, 7 e 3
anos.

Do andar de cima, pude ouvir a minha nova
modelo experimental (uma bebê de seis meses) do
programa de desenvolvimento infantil, testando
uma nova tonalidade da voz.
Senti-me triunfante!

Tinha conseguido derrotar a burocracia!

E fiquei no registro do departamento oficial como
alguém mais diferenciado e indispensável à
humanidade do que "uma simples mãe"!

Maternidade... Que carreira gloriosa!
Especialmente quando se tem um título na porta.

Assim deviam fazer as avós: "Associada Sênior de
Pesquisa no Terreno para o Desenvolvimento
Infantil e de Relações Humanas". As bisavós:
"Executiva-associada Sênior de Pesquisa". Eu
acho!!! E também acho que para as tias podia ser:
"Assistentes associadas de Pesquisa".

(Desconheço o Autor).

Texto gentilmente cedido pela autora do blogue Pelos Caminhos da Vida
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